sábado, 31 de maio de 2008

COMEÇOU A INVASÃO DESARMADA?



Deu no New York Times do sábado 24 de maio de 2008 e passo para vocês esta notícia que me parece muito preocupante para nós brasileiros que defendemos a soberania do nosso território. É uma matéria do jornalista americano Robert B. Semple Jr.
(Tradução e transcrição: Luiz Augusto Rodrigues)

“A ocasião foi o anúncio de uma nova campanha para proteger as florestas tropicais do mundo, inclusive da Guiana, organizada pelo grupo ambientalista Conservation International. (Harrison Ford, o ator, membro da diretoria, estava em Nova Iorque pra promover seu novo filme e de alguma forma trocou sua programação.)

Isso deixou os holofotes virados para quem tinha direito: O Sr. Bharrat Jagdeo, presidente da Guiana e sua missão de conseguir com que as nações mais ricas do mundo ajudassem a salvar a imensa floresta tropical da Guiana das serras elétricas e impedir a liberação de bilhões de toneladas de dióxido de carbono, o principal gás causador do aquecimento global.

O Sr. Jagdeo causou uma comoção ano passado quando ofereceu a administração de toda a floresta tropical do seu país – mais de 40 milhões de acres, cobrindo 80% da massa terrestre da Guiana – a uma agência governamental britânica em troca de ajuda econômica inglesa. Apesar dos ingleses ainda não terem dado sua resposta sobre o negócio, o Sr. Jagdeo continua a fazer pressão sobre a causa de proteger não somente sua floresta tropical mas toda ela.

È uma missão nobre e necessária. As florestas tropicais formam um cinturão resfriador em torno do equador da Terra. E sua destruição acelerada – por madeireiras, fazendas, extração mineral e queimadas – é uma das grandes causas da mudança climática, responsável por um quinto de todas as emissões de carbono. Isso é mais do que a quantidade que os Estados Unidos joga na atmosfera de todas suas fontes de emissão e mais do que as emissões geradas por todos os carros, caminhões, ônibus e aviões do mundo. (! Esta exclamação é minha).

As florestas tropicais servem a muitos propósitos importantes. Elas fornecem água limpa, proteção contra inundações e base para inúmeros remédios. Entretanto sua função mais útil em um mundo em aquecimento é a de absorver carbono e estoca-lo.

Por muito tempo estes fatos têm sido sub-valorizados nas discussões sobre mudança climática. Nas discussões de Kioto em 1997, por exemplo, diversas nações propuseram que os países industrializados tivessem a permissão de compensar suas próprias emissões pagando aos países mais pobres que não desmatassem. Grupos ambientais europeus resistiram ferozmente à idéia, advertindo que isto deixaria os países ricos fora do controle, e armaram a derrota da proposta.

Este foi um erro colossal pelo qual o planeta vem pagando desde então. As florestas tropicais continuam a desaparecer a uma taxa de 20 a 30 milhões de acres todo ano.

O Sr. Jagdeo é o verdadeiro campeão na proteção das florestas tropicais. A Guiana, junto com o Suriname, Guiana Francesa e partes da Venezuela e norte do Brasil formam o Escudo Guyano, uma formação geológica antiga que contem 14% do carbono do mundo. A esperança é que este exemplo sirva de inspiração a países maiores como o Brasil para desempenharem um papel mais agressivo na proteção de suas florestas contra o desenvolvimento comercial.

Ele, Sr. Jadgeo, fala também com autoridade sobre o impacto do aquecimento global sobre os países mais pobres. Ele observou certa vez que, enquanto a mudança climática possa exigir que americanos ricos dirijam menos S.U.V.s. é, uma questão de vida ou morte para os países pobres que enfrentam inundações e secas. A capital da Guiana, Georgetown, encontra-se bem ao nível do mar. Se os mares subirem substancialmente, Georgetown já era.

Finalmente, economista por formação, o Sr. Jagdeo é um defensor persuasivo de novas formas de se olhar o valor econômico de florestas. Agora mesmo, sugere ele, muitos paises não investem um dólar sequer em suas florestas ainda existentes. Assim qualquer pagamento que eles recebem pelo corte de árvores é visto como lucro líquido. Se as florestas forem valorizadas corretamente – pelo carbono que elas retém e os danos que elas poupam ao planeta – então ganha-se muito mais em deixa-las intactas.

A boa notícia é que finalmente o mundo está começando a ver as coisas como o Sr. Jagdeo. Negociadores na conferência sobre mudança climática ano passado em Bali – a primeira de várias reuniões destinadas a elaborarem um tratado pós-Kioto – concordaram em discutir o desmatameneto. O grande decreto sobre clima a ser debatido no Senado muito em breve prevê incentivos às empresas americanas que investirem em projetos nas florestas tropicais no exterior. O Sr. Jagdeo pode ainda encontrar um comprador. “

Este é o texto integral da reportagem. O que vocês acham? Não parece agora verdade os rumores de que os gringos queriam tomar a amazônia? Delírio ambientalista, terceiromundista? Está na hora das autoridades brasileiras tomarem pé da real situação e se prevenirem contra qualquer tentativa de invasão do nosso território via armas ou via dólares.
Os argumentos são em sua maioria a pura verdade, só que a solução que eles propõem é a perda de soberania dos territórios florestados.

Os caras destroem seu meio ambiente e querem comprar o nosso com o dinheiro que eles extorquem dos países e dos povos mais pobres.
Olho e punição exemplar nos vendilhões e desmatadores domésticos seriam boas medidas para se por um freio na planejada invasão estrangeira.

Um comentário:

andre nobrega disse...

adorei o texto.através dele,me toquei de muitas coisas q não havia percebido antes.fiquei a vontade,pois confio na sua pesquisa.olha a hora...rsrsrsrs.um abração do seu amigo André Nóbrega.